São tantas perguntas diferentes e tantas respostas possíveis na vida de uma mãe, bem que podia ser como naquele programa de televisão. A pessoa é perguntada e colocada diante de algumas alternativas. O relógio marca o tempo. Ela pensa, franze a testa, morde a unha de tanto nervosismo. A família toda torcendo. Aí o apresentador: "Você quer a ajuda dos universitários?". A coitada aceita. Afinal, nada como a opinião de um especialista (?) no assunto.
Eu admito, tenho meus "universitários", a preciosa rede de conhecimento a quem recorro em caso de dúvida. Ao contrário do que acontece no programa de auditório, posso realmente chamá-los de especialistas, fazem jus a isso. O pediatra experiente, o irmão médico, as amigas (nutricionista, enfermeira, fisioterapeuta, dentista, psicóloga, etc), e até outras mães com quem uso de liberdade para pedir conselhos.
Uma dessas mães amigas, dia desses, me surpreendeu. Com uma das coisas mais sábias que já ouvi uma mãe dizer.
Eu disse a ela que tinha dúvidas sobre como dar comida a meu bebê. Deixo a criança pegar a comida com a mão, sujar tudo, ou não? Ela me explicou rapidamente como fazia quando tinha filho pequeno: sentava com ele no chão sobre uma toalha de mesa para lhe dar de comer. Deixava a criança aprender a comer sem medo, porque estava tudo coberto com a toalha.
Então, ela fez uma ressalva, com precisão e sabedoria:
"Não estou dizendo que o meu jeito é o certo, não, viu?"
Olha só que legal essa mãe dizendo isso.
Eu faço dessas palavras as minhas. Para tudo o que eu tiver a pretensão de ensinar ou indicar por aqui.
Uma especialista, da minha rede de "universitários" me perguntou como estava sendo a vida com a nenê. Eu disse que era maravilhoso observar minha filha aprendendo as coisas. Contei que quando vamos como ela ao shopping, vislumbro melhor a perspectiva de alguém que busca aprender tudo. Ela diz "oi" para as pessoas que estão às mesas dos restaurantes. Ela olha os rostos das pessoas sentadas nos bancos e sorri. Ela para em frente a uma vitrine por muito tempo, talvez se perguntando por que os manequins de loja de roupa não têm cabeça.
Eu concluí: "Ela vive para aprender; desde o momento em que acorda até a última hora do dia, ela está aprendendo coisas."
E a especialista me disse:
"Então ela vive para aprender. Igual a você. Igual a gente."
Gostei demais. É verdade, a gente vive para aprender. Pelo menos, deveria.
Ainda temos consciência disso? De que, como a criança, vivemos para aprender?
Você agora é mãe. E agora você vive para aprender.
Muitas mães dizem: "Eu ensino meus filhos da maneira como me ensinaram quando eu era pequena. Não posso transmitir algo que não recebi." Isso é parcialmente verdade. E totalmente falso. Afinal, você só tinha capacidade de aprender quando era filha? E agora que é mãe, não vai aprender mais nada?
Outra coisa: por acaso, você não vê nenhum defeito na criação que te deram e vai querer fazer tudo igual?
Pior: detesta a criação que te deram e vai fazer só o oposto?
As alternativas acima são o caminho mais fácil.
Se esse é o caso, perca a vergonha de uma vez e admita logo que está agindo por preguiça.
Eu também estou falando isso para mim mesma. Para espantar minha preguiça mental.
Todo o conhecimento profissional que alguém acumula para participar do mercado de trabalho não pode ser estático. Então, se pergunte: por que o conhecimento da profissão de mãe seria?
O mundo hoje é diferente de antes, nós e nossos filhos também.
O mundo hoje é diferente de antes, nós e nossos filhos também.
Mas ainda que todos esses fatores externos não nos afetassem, observe apenas a linha do tempo: ser mãe de um bebê não é como ser mãe de uma criança. Assim como ser mãe de um adolescente é diferente de ser mãe de adulto. O aprendizado continua e não para. Minha filha vai crescer como pessoa e eu também vou crescer como mãe. Não importa quanto conforto você encontre em ser mãe de um bebezinho, isso vai passar. Eu não serei para sempre a mãe de um bebezinho, porque ela não será para sempre um bebezinho.
É isso. Rapadura é doce, mas não é mole não.
É isso! Cada dia um novo aprendizado.
ResponderExcluirVivi, isso me fez lembrar uma frase de Shakespeare que tem tudo a ver e da qual me lembro todos os dias: "...quando penso saber de tudo, ainda não aprendi nada..."
ResponderExcluirQue grande verdade... Quando não houver mais nada para aprender, podemos pendurar as chuteiras porque as cores da vida já estarão no fim!!!
Beijinhos, linda!!!
Gostei, Carlinha! Beijos!!!
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